sábado, 26 de novembro de 2011

PESQUISANDO A TERRA - Segunda etapa.

Angra 19 de Abril de 2010. Nessa data trabalhamos um pouco no telhado, mas aproveitei para testar a terra para a construção dos tijolos, parte fundamental do projeto e tem que ter o ponto certinho. Fiz varias pesquisas e mantive contato com um senhor que conheci na internet e que desenvolve projeto parecido no Chile, o Arq. Jorge Echeverría. Suas sugestões foram de enorme valor para a composição de meu trabalho.




Essa foi a pior parte do projeto. Achar a terra ideal. No início buscamos ali mesmo afinal terra é o que mais tinha e tem, mas se enganam quem pensa que é assim tão fácil. Existe um segredo, uma formula, nada que ninguém não possa fazer, mas tudo requer muito cuidado, atenção e paciência.












No começo todos riam, achavam engraçado e até vinham ver, eu , João e Leandro amassando barro ou pior peneirando terra, isso para eles era um absurdo. Mas eles não tinham ideia do que estávamos fazendo. No começo cheguei a fazer uma planta do projeto, mas não entenderam, por isso não quis explicar e sim que eles fossem vendo na pratica como tudo iria acontecendo. Todos os dias em que estive na aldeia pela manhã era uma farra, parecia até um jogo de futebol com uma platéia atenta ao que fazíamos.








Quando jogamos o barro na forma e os primeiros tijolos foram se formando, foi um alvoroço, eram tantas perguntas que me calei. Propus ao João uma coisa, aquele que quisesse aprender eu ensinaria, mas teria que trabalhar ali com a gente ou podia aprender olhando, mas que eu não ia dar nada de mão beijada. Quem quisesse aprender podia trabalhar com a gente. Quando me levantei pra pegar mais barro, perguntei ao João: Ué cadê o povo? Sumiram todos. No começo eu aquentei muitos risos por parte de alguns, tanto eu quanto o João, ele mais ainda pois alguns diziam que ele não estava batendo bem da cabeça ao me dar crédito por realizar a proeza de fazer tijolo de barro. Eles o que percebi não conheciam o tijolo Adobe, achavam demais peneirar terra, pra quê? Até hoje eles não entender esse motivo, também não falo.








Tudo era novidade, para eles, não que eles não amassassem barro, afinal eles faziam suas casas de pau a pique, mas era a forma de fazer que chamava a atenção. Imagina se índio vai peneirar terra para fazer sua casa. Por isso nos tratavam com chacota, mas eu e João levávamos tudo numa boa.















Eu não fiquei satisfeito com os tijolos, pois estavam rachando e isso não era bom sinal, alguma coisa estava errada, voltei para analise de solo e estava faltando areia, e não tinha nenhuma terra por ali que tivesse a proporção exata ou próxima. Decidimos então andar pela aldeia e procurar ou uma terra meio a meio ou achar areia, muita areia.














Guilherme JaberPostado por Guilherme Jaber

Neste blog mostro um pouco de meu trabalho voluntário que faço na Aldeia de Brackuy em Angra dos Reis com índios da etnia Guarani Mibia. Meu trabalho consiste em ensinar a eles maneiras alternativas de construção de moradias sem agredir o meio ambiente. Para mais detalhes sobre esse trabalho... Entre em Contato
indiosdeangra@hotmail.com

Obrigado


0 Responses So Far:

Postar um comentário